"Os poderosos podem matar uma, duas ou três rosas, mas jamais conseguirão deter a primavera inteira."

Che Guevara

quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

16 DIAS DE ATIVISMO Comissão Geral aprofunda discussão sobre enfrentamento da violência contra a mulher

Como parte das atividades dos 16 dias de ativismo contra a violência à mulher, a Câmara realizou nesta quarta-feira (4) Comissão Geral para aprofundar o debate sobre as agressões que sofrem as mulheres e as políticas públicas visando à proteção à mulher e o enfrentamento da violência.



Ao falar em nome da bancada do PCdoB, a deputada Luciana Santos (PE) afirmou que o enfrentamento da questão será cada vez mais eficaz com a presença do Estado e mais políticas públicas.
“Sem dúvida nenhuma, nossa presidenta Dilma Rousseff está no caminho certo, junto com a ministra Eleonora, que é exatamente apontar a questão da autonomia financeira como vetor importante de emancipação das mulheres para poder garantir mais autonomia e, portanto, lutar com mais vigor contra a desigualdade, contra a opressão”, afirmou, lembrando que a CPMI contra a violência da mulher, presidente pela deputada Jô Moraes (MG), desnudou as falhas e apontou os caminhos para a solução do problema.
Para Luciana, a campanha dos 16 dias de ativismo revela, portanto, a necessidade de que essa luta ganhe a dimensão estratégica que merece. “Também há a luta para que se exerça o verdadeiro debate de ideias, pois será o único caminho pelo qual  superaremos a desigualdade. Essa luta é também contra uma cultura de opressão e essa, sem dúvida, eu considero a mais árdua, é a mais difícil, porque é você mudar as mentes, é você mudar a consciência que existe hoje na sociedade e essa cultura do machismo, que é tão cruel, tão perversa e que permeia o dia a dia da vida das mulheres e dos homens da nossa sociedade”.
Luciana, vice-presidente do PCdoB e eleita presidente a partir de 2015, ressaltou, ainda, o papel de seu partido nesse contexto da luta das mulheres, porque, proporcionalmente, é o que tem a maior bancada feminina do Congresso , por duas vezes seguida tem como líder uma deputada e várias presidentes do partido no Brasil todo.
“Precisamos empoderar mais e, portanto, garantir que a participação feminina tenha mais poder de decisão e traduza um olhar mais específico para a emancipação das mulheres no nosso País”, disse.
A coordenadora da Bancada Feminina, deputada Jô Moraes, revelou que considerava a sessão um momento muito especial, porque pela primeira vez, a Casa pauta a discussão sobre os direitos das mulheres para debate em plenário.
”Este é um momento que marca a virada no processo de tratamento daquilo que chamamos de a chaga social. Hoje temos consciência de que a violência contra a mulher virou uma chaga social. Em uma década, 43 mil mulheres foram assassinadas, e, sete anos depois da Lei Maria da Penha, nós enfrentamos aquilo que esta Casa presenciou, a crueldade expressa no caso Mara Rúbia em que seu ex-companheiro perfurou os seus dois olhos, prejudicando-a para a vida”, lembrou.
Jô Moraes ser importante registrar a construção doa Campanha do Laço Branco do Pacto Nacional pelo Enfrentamento à Violência contra a Mulher, iniciado e conduzido pela Secretaria de Políticas para as Mulheres, quando ele passou a ter o status de órgão e instrumento vinculado à Presidência da República a partir do Governo do Presidente Lula.
“Tivemos nesse período algumas conquistas fundamentais. Registro que, entre elas, ter assegurado a aprovação da Lei Maria da Penha e os equipamentos dela decorrentes foi uma conquista fundamental. Nesse momento, o Estado brasileiro arrancou e abraçou aquilo que tem que ser a responsabilidade do Estado brasileiro, que é defender a vida das mulheres”, afirmou.
A deputada comunista também destacou o trabalho da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito da Violência contra a Mulher, que fez um diagnóstico dos 27 Estados do Brasil e não apenas denunciou o cotidiano de violência, mas sobretudo conquistou aliados em todos os órgãos e estruturas do Estado brasileiro, “para que nós pudéssemos fazer a soma de forças no enfrentamento desse processo”.
Ao abrir os trabalhos, o presidente Henrique Eduardo Alves, ressaltou que a Casa mantém o compromisso de lutar pela superação da violência de gênero, “aspecto indissociável da luta maior pela construção da cidadania no Brasil. Nesse sentido, não posso deixar de mencionar avanços obtidos desde a aprovação da Lei Maria da Penha. É evidente que se podem apontar dificuldades na implementação de vários de seus dispositivos; é evidente que ainda há muito a fazer em termos de mudança de mentalidade e de alocação de recursos materiais para assegurar sua eficácia. Afinal, não é de uma hora para outra que se conseguem modificar práticas herdadas de uma cultura machista como a nossa”, disse ele.
A ministra Eleonora Menicucci, da Secretaria de Políticas para as mulheres, apresentou os programas do governo federal para a proteção da mulher e destacou que pela primeira vez um governo  mantém nesses últimos dez anos a questão de gênero como uma política pública. Ela adiantou que em março, a presidenta Dilma Rousseff lança o programa “Mulher, Viver sem Violência” e comemorou o fato de a sociedade brasileira aderir à campanha mundial, cujo lema é “O Valente não é Violento e Homem de Verdade não Bate em Mulher”.
Participaram da Comissão Geral vários representantes dos movimentos sociais e de mulheres, além da secretária da Mulher do Distrito Federal, Olgamir Amancia, que destacou as políticas que o Governo Agnelo Queiróz vem implementando nesses últimos três anos e as ações que sua pasta vem desenvolvendo para garantir concretamente o enfrentamento à violência contra a mulher. O Governo do Distrito Federal foi considerado pela CPMI como uma unidade da federação exemplar no enfrentamento da questão.
Fonte: www.liderancapcdob.org.br Assessoria de Comunicação
Liderança do PCdoB/CD
Angela Romito